quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
QUANTO PESO CARREGAR
Era verão, entre 30 e 40 graus, por isso minha mala tinha variedade de roupas leves: 1 ou 2 bermudas, 4 vestidos, 1 calça de malha estampada de amarrar na cintura, várias camisetas, 1 calça da viagem, chinelo, 1 tênis, 2 sandálias. Levamos alguns acessórios para ficarmos mais belas ainda...rs...pouca maquiagem e cosméticos. A Lili arrumava a mala todas as noites...KKK...tirava tudo e colocava de novo. Quando saíamos sempre levávamos nossos documentos e todos os euros muito bem guardados com a gente. Mas não é do peso da bagagem que quero falar e sim do peso que a viagem significava nas nossas vidas (falo no plural porque sei que a Lili sentia tudo isso também). Eu carregaria td aquilo comigo para onde eu fosse, se preciso: os casarões, os sorvetes, o por do sol das 9 da noite,o mar de Capri, as obras de arte...
Eu teria forças de andar mais do que andei (e não foi pouco) e mesmo assim queria ter tido muito mais tempo curtindo tudo aquilo. Mas tem gente que carrega outro tipo de peso, um peso que não é dele e é desnecessário de carregar. Na viagem havia um casal aparentando uns 45 anos de idade (pode ser menos), ele de cabelos grisalhos, postura ereta, educado...ela de cabelos pretos, costas curvadas, um pouco acima do peso, meiga, sempre olhando para todos os lados para ver se as filhas adolescentes estavam por perto ou se precisavam dela. Quando íamos sair para um passeio ela era a última a aparecer daquela família, vinha carregando mochilas, bolsas, cuidando de tudo que os outros pudessem ter deixado para trás. Com o perdão da palavra, feito um burro de carga. São escolhas que as pessoas fazem na vida e nem percebem: ser alicerce, ser suporte para que as coisas aconteçam, como se os outros não pudessem fazê-lo por si só ou fossem incapazes. As costas arcadas eram resultado de "carregar" toda a família nas costas. Tomara que ela seja feliz assim. Eu só carregava minha garrafinha de água (indispensável), minha pequena bolsa de alça comprida cruzada no corpo e minhas comprinhas...rsrsrs
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Ineza, sorella mia!!! Como eu amo ler suas palavras, descrevendo nossa viagem tão maravilhosamente fiel, do jeitinho que ela foi! Bacio, cara mia!
ResponderExcluirComo é bom viajar sem filhos e marido, né? Acho que vou experimentar. Aí quem sabe minhas costas ficam menos arqueadas...rsrsrs.
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